quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Pais! Pelos vossos filhos, sejam ativos!

Todos sabemos que o desporto faz bem à saúde. Todos, incluindo os quadros superiores que dirigem as instituições escolares, culturais, sociais e recreativas. Todavia, a prática de atividade física orientada não passa no nosso País de uma “animação físico-recreativa de qualidade duvidosa” que todos proclamam mas que não muda de paradigma, como refere Gustavo Pires, Professor na Universidade Técnica de Lisboa e Presidente do Fórum Olímpico de Portugal, numa entrevista concedida à “Página da Educação”. Na sua opinião, o desporto promove os valores educativos através da agonística em busca da superação e da excelência. Toda a atividade física deveria preparar os alunos para serem detentores de hábitos, habilidades motoras e conhecimentos em matéria de desporto que se prolongassem para a vida.
Estilos de vida ativos, associados a uma alimentação cuidada e bons hábitos de descanso levam, segundo vários estudos, vantagem na prevenção e promoção de uma saúde mais efetiva e, consequentemente, de uma vida com mais qualidade, uma melhor autoestima e um melhor relacionamento com o corpo.
Uma postura positiva em relação a si mesmo eleva o grau de qualidade nos relacionamentos e nos comportamentos conduzindo à melhoria do sucesso escolar, social e cultural.
Sem querer aprofundar e alongar mais o tema do desporto, gostaria de refletir sobre o problema do excesso de peso e obesidade dos nossos alunos, fazendo um apelo:
- Pais! Pelos vossos filhos, sejam ativos! Obriguem-se a organizar o tempo para jogar, brincar, praticar atividade física com os vossos filhos. Alterem hábitos, não utilizem o elevador, estacionem longe do cinema, etc. Evitem uma elevada frequência às “comidas rápidas”. Criem alternativas para que os vossos filhos ingiram legumes, vegetais e fruta e mantenham uma alimentação cuidada para evitar o excesso de peso ou mesmo a obesidade infantil e juvenil.

Segundo The International Obesity Task Force (IOTF), organização que estuda e combate a obesidade em todo mundo, a prevalência de excesso de peso e/ou obesidade infantil, epidemia do nosso tempo, leva a fatores de risco de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, doenças cerebrais, diabetes tipo II, cancro e muitas mais.
Nós, como pais, devemos ter a preocupação de monitorizar e controlar o peso dos nossos filhos, porque é/pode ser um indicador de aviso para e necessidade de adoção de “Estilos de vida Ativos” e, consequentemente, de uma qualidade de vida melhor.

O caso da EB23 de Viatodos
Na escola-sede do Agrupamento de escolas Vale d’Este, num universo de 715 alunos do 5.º ao 9.º ano, verificamos a prevalência de excesso de peso de 18,8% nos rapazes e de 28,7% nas raparigas (Gráfico1). Quanto à obesidade, é interessante verificar que temos mais obesidade juvenil nos alunos do género masculino (8.6%) do que nos alunos do género feminino (5.6%).
Na maior parte dos estudos académicos, juntam-se as categorias excesso de peso e obesidade, quando se trata de uma amostra significativa e o objetivo é identificar polos de sobrepeso infantojuvenil e analisar a situação para tentar a prevenção.
Ao utilizar a mesma metodologia, e juntando as categorias de excesso de peso e obesidade, vamos ao encontro da prevalência de excesso de peso/obesidade pronunciada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para Portugal, com 34,3% (Gráfico2) para as raparigas e 27,4% (Gráfico3) para os rapazes. Se não fizermos distinção entre géneros e idades, verificamos, em termos absolutos, um sobrepeso de 30,5% (Gráfico4).
Pais! São 218 os alunos que, por doença, falta de acompanhamento a consultas de rotina, falta de atividade física (correr, saltar, empurrar, puxar e “brincar ao ar livre”), alimentação não cuidada e outras, correm o risco de vir a ser portadores de obesidade em idade adulta e, consequentemente, de vir a ter de lutar contra os problemas de saúde supracitados.
Toda a Comunidade Educativa deve olhar para estes números com grande atenção e preocupação. Todos juntos podemos alterar estes números, pois trata-se dos nossos filhos/alunos.
> Professor Quinzé

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